Programa Erasmus+ leva professora à universidade polonesa

 
A professora doutora Renata Oliveira, do Centro de Ciências Naturais e Tecnologia (CCNT) da Universidade do Estado do Pará (Uepa), participou do consórcio Erasmus + e ministrou aulas na Politchnika Lubelska, na cidade de Lublin, na Polônia. A ida da docente, no último mês de maio, foi por meio de um programa social montado, especialmente, para a instituição paraense, com o intuito de abrir portas para o intercâmbio de saberes e para o desenvolvimento integrado e continuado de cooperações. 
 
O Erasmus + é um programa de mobilidade acadêmica no âmbito da União Europeia, dedicado a promover a educação superior e o diálogo entre a Europa e outros países do mundo, além de, também, observar o desenvolvimento dos recursos humanos e a capacidade de colaboração internacional entre as Instituições de Ensino Superior, abrangidas pelo consórcio. Em 2016, a Uepa começou a negociar a articulação de acordos de cooperação com o Erasmus+. Este diálogo entre as instituições se efetivou com a ida da professora Renata Oliveira para a Europa. 
 
"De uma maneira geral, o mundo olha para a Amazônia com um olhar muito perspicaz sobre as possibilidades que ela tem e sobre o encantamento que ela possibilita em função de sua singularidade como região. Sendo assim, para nós como uma universidade pública do Estado, que tem como desafio a interiorização do ensino superior, é de grande importância pensarmos no seio de nossa estratégia o contexto de internacionalização do que vem sendo produzido dentro da Uepa, com o objetivo de encontrar novos olhares sobre nossa produção científica e assim poder tomar decisões mais assertivas com relação aos direcionamentos que iremos seguir a partir desse horizonte que se abre para nós", afirmou o reitor da Uepa, Rubens Cardoso, que recebeu a professora em seu retorno ao Brasil.
 
A ida da professora Renata Oliveira foi para ministrar disciplinas durante oito dias, na Faculdade de Gestão da Instituição, nos cursos de graduação em Pesquisa Operacional e de mestrado em Gestão e em Economia. Nesse primeiro contato in loco, a docente pode oferecer uma troca de conhecimentos sobre as suas pesquisas acadêmicas na área de tecnologia, referente à pesquisa operacional, análise de dados com enfoque na gestão e aplicações ambientais para essas técnicas. Além disso, apresentou informações, signos e simbologias culturais sobre a região amazônica. O interesse foi intenso a ponto de a professora ter sido convidada para dar aulas na Faculdade de Ciências da Vida na instituição polonesa.
 
Internacionalização - O processo de internacionalização do ensino tem sido fundamental nos debates sobre a qualidade das instituições de educação superior. Muitas vezes, o intercâmbio torna-se elemento indispensável ao crescimento acadêmico e cultural dos países das várias regiões do mundo. Partindo dessa premissa, a Uepa tem interesse em estimular políticas institucionais que gerem possibilidades de mobilidade e de intercâmbio científico, em parceria com outras instituições internacionais. No entanto, é necessário o envolvimento da comunidade acadêmica para a efetivação de uma cultura de mobilidade, para expandir as possibilidades profissionais do corpo docente e discente da Uepa, além de levar o que está sendo produzido sobre a região amazônica para centros de conhecimento em âmbito internacional. 
 
"Agora precisamos reproduzir ainda mais o processo que vivi nessa mobilidade acadêmica na Polônia com a intenção de levar mais pessoas da Uepa para lá, assim como receber profissionais de lá aqui nos espaços da Instituição para tornarmos isso uma prática recorrente e, dessa forma, criar um ambiente propício para a implementação de uma cultura da mobilidade acadêmica mais forte dentro da Uepa", comentou Renata.
 
A ida para outra instituição de educação superior enseja a expansão do olhar crítico sobre o mundo contemporâneo, além de oferecer uma nova forma de atuação educacional para aqueles envolvidos direta e indiretamente com a mobilidade de intercâmbio acadêmico, pois possibilita o contato com o desconhecido, seja culturalmente ou cientificamente por meio das pesquisas acadêmicas. "A troca de saberes proporciona a instalação de um ciclo virtuoso de conhecimento que funciona dentro de um contexto de retroalimentação, onde informações caminham numa via de duas mãos", complementou a professora.
 
A Declaração Mundial de Educação Superior, aprovada na conferência da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em 1998, afirma no artigo 11, parágrafo D que “a qualidade do ensino superior requer a caracterização de uma dimensão internacional para a implementação de intercâmbio de conhecimentos, criação de sistemas interativos, mobilidade de professores e estudantes em projetos de investigação internacional”. A partir dessas diretrizes encontra-se a atuação da Uepa, ao acolher essas orientações em suas práticas acadêmicas, a exemplo da articulação junto ao Programa Erasmus + e a participação na Associação Brasileira de Educação Internacional (FAUBAI).
 
Já na segunda década do século XXI, a educação superior segue com novos desafios relativos ao conteúdo e ao modo de realizar a missão de produção intelectual e a formação das novas gerações em face, sobretudo, da configuração econômica e política derivada da globalização do capital. "A mobilidade acadêmica faz parte das estratégias de internacionalização e é muito importante para a atualização da formação profissional e cidadã do indivíduo, seja docente ou discente, pois a possibilidade de intercâmbio cultural e científico é engrandecedora. Portanto, é de grande valor o estímulo que a Uepa vem a alcançar por meio de acordos de articulação, para expandir a perspectiva de incentivar o desenvolvimento de uma cultura da mobilidade dentro da universidade, e assim evoluirmos em todos os âmbitos como instituição científica", ponderou a coordenadora de Relações Internacionais, Luzia Jucá.
 
Texto: Daniel Leite Jr
Fotos: Nailana Thiely e Arquivo Pessoal/Renata Oliveira