Uepa integra esforço de conscientização sobre o autismo

 

 

Uma das múltiplas vozes ouvidas pela 23ª Feira do Livro foi a da população autista. O Grupo de Trabalho de Estudos e Ações Relacionadas ao Transtorno do Espectro Autista (GT Cetea) tem um estande dedicado a promover conscientização acerca das necessidades destas pessoas. A cada dia, uma entidade diferente terá a oportunidade de apresentar à sociedade seu trabalho em prol da causa. A professora Scheilla Abud, que coordena a implantação da especialização voltada para atender as especificidades da educação de pessoas com o TEA, na Universidade do Estado do Pará (Uepa), comemora a boa recepção do trabalho do GT Cetea no estado.

A vida de Renata Elias mudou quando seu filho, Pedro Arthur, foi diagnosticado com o TEA, antes de completar dois anos. Ao encontrar o grupo de apoio Mundo Azul, criado por mães de crianças autistas para acolher e munir de informações outras mães. “Estou há quase dois anos integrando o grupo Mundo Azul e percebo o crescimento da consciência acerca do Transtorno e das necessidades. Na última reunião tivemos a presença de mais de 180 mães, não só de Belém como dos interiores”, contou ela, que reside em Igarapé-Açu.

A entidade participou do primeiro dia da Feira do Livro no estande do GT-Cetea, compartilhando conhecimento com os visitantes “O acolhimento muito importante para as mães. Uma vai apoiando a outra e desenvolvendo este trabalho para mostrar que nossos filhos são parte da sociedade e precisam ser incluídos. As iniciativas do GT são maravilhosas e vão ser muito importantes para dar ferramentas aos profissionais da educação e de outras áreas para entender as especificidades da pessoas com TEA”, observou Renata, que aproveitou para pedir que a Especialização, ofertada pelo Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE) seja logo disponibilizada em todos os campi da Uepa. Em seu início, a formação terá turmas em Belém, Marabá e Santarém. Um treinamento de 180 horas já atua em seis municípios e deve ser expandido também.

Há 27 anos trabalhando com autismo, Scheilla acredita que cada vez mais a sociedade está buscando informações sobre o transtorno. “Esse trabalho de conscientização é muito importante para que essa pessoa e sua família tenham o acolhimento adequado. Por isso, explicar o que é o autismo? Quais são as características deste sujeito? O que você precisa saber para direcionar o fazeres adequados para este sujeito, onde a família pode levar essa criança ou adolescente para buscar atendimento especializado. Tudo isso procuramos responder aqui”, disse. Além das formações, o GT analisa a criação de um Centro Especializado de Atenção ao Transtorno do Espectro Autista (CETEA) no Estado. O estande funcionará todos os dias, no horário de visitas à Feira.

 

Texto e fotos: Fernanda Martins