Instituto Confúcio celebra aniversário e Meio-Outono

 

O primeiro ano do Instituto Confúcio (IC) na Universidade do Estado do Pará (Uepa) foi comemorado com uma programação especial nesta quarta-feira, 04 de outubro, em Belém. A celebração também remeteu ao Festival do Meio-Outono, segundo evento mais importante da China, depois do ano novo.

Alunos das turmas de mandarim e de Tai Chi Chuan apresentaram números de canto e artes marciais no auditório da Reitoria. Além de aprofundar os conhecimentos no idioma, os estudantes imergem em aspectos da cultura chinesa e os demonstraram para a plateia de familiares e servidores presentes. “Somos Bons Amigos” e “Pequim dá as boas-vindas a você” foram algumas das músicas entoadas no evento, e remetem ao clima de amizade que toma conta do Instituto. Diariamente, professores chineses aprendem língua portuguesa enquanto também ensinam o mandarim aos 160 alunos matriculados nas 13 turmas em curso.

Deusa Costa, 54 anos, estava de rosto pintado como as Dan (papel feminino), da Ópera de Pequim, uma das mais famosas manifestações artísticas da China. Ela esperou os quatro filhos crescerem - e se formarem, como faz questão de frisar -, para retomar os estudos na primeira série do Ensino Fundamental. Depois de muita dedicação, em 2016, ela conquistou o diploma de Licenciatura em Letras, pela Uepa, e não pensou em parar. "Há muito tempo eu tinha esse desejo de aprender mandarim. Quando abriram as inscrições, eu logo me matriculei e estou gostando muito. As pessoas me perguntam o que estou estudando e eu gosto de compartilhar", afirmou.

Um panorama do primeiro ano de funcionamento foi feito pelo diretor brasileiro do IC, Antônio Silva. “Ficamos honrados em ver o desenvolvimento dos alunos, cantando e aprendendo artes marciais. É gratificante ver tantos paraenses interessados em aprender. A cultura chinesa é fascinante e encanta a todos nós. Não se trata de uma cultura ser melhor do que a outra, mas a troca é muito rica”, declarou.

O diretor chinês do IC, Pang Hui, relembrou que a parceria para trazer a unidade para o estado iniciou em 2014 e dois anos depois foram entregues as instalações para o início das aulas. “A nossa missão é proporcionar um ensino de qualidade e levar a cultura chinesa para o maior número de pessoas no mundo”, afirmou.

O progresso do intercâmbio cultural a partir da boa compreensão do mandarim foi exaltado pelo reitor da Uepa, Rubens Cardoso. “A Universidade procura trazer a ambiência acadêmica não apenas das ciências e da tecnologia. O lado lúdico é muito necessário para que o ensino e aprendizagem se concretizem da melhor forma”, declarou. Ele comentou que o interesse em compreender a cultura também passa pelo entendimento da relação da China com o Pará, que hoje é o maior exportador de soja do estado.

Em novembro, a aproximação cultural será mais intensa para um grupo de 14 alunos que viajará para a China para intercâmbio de verão. “Essas vivências são importantes pois eles voltarão com um brilho no olhar para espraiar os conhecimentos com os colegas”, declarou o reitor.

A programação incluiu atividades práticas. O público pôde conhecer mais sobre a história, caligrafia, culinária e artes marciais chinesas. O dia mundial do Instituto é comemorado no mês de setembro, entretanto, em Belém, ele foi inaugurado no mês de outubro, por isso as comemorações ao seu dia foram estendidas para esse mês. O projeto está presente em mais de 110 países.

O Festival de Meio-Outono celebrado na China no 15º dia do 8º mês do calendário lunar está estritamente ligado a uma cultura tradicionalmente agrária, regida pelos ciclos da natureza. Simboliza, portanto, um agradecimento dos chineses à lua pela colheita, assim como reuniões familiares e oferendas para a lua nos dias do outono, nos quais ela se encontra mais brilhante e redonda.

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Texto: Dayane Baía

Fotos: Nailana Thiely