Instituto Confúcio comemora 4 anos de atividades

 

No próximo domingo, 25, o Instituto Confúcio celebra quatro anos de existência na Universidade do Estado do Pará (Uepa). Resultado de um convênio entre a Uepa e a Shandong Normal University (SDNU), que representa o estreitamento de relações entre Pará e China, além do ensino de Mandarim, o Instituto Confúcio também tem turmas de Tai Chi e treinamento para HSK e HSKK, que são os testes de proficiência do idioma chinês. Um total de 186 alunos já foram aprovados e certificados após participação no exame.

Para o diretor titular brasileiro do IC, Antonio Braga Silva, o Instituto “é uma ponte que liga duas grandes nações, com grandes culturas, belezas, economias e riquezas. Pelo Instituto Confúcio, os brasileiros puderam conhecer muito mais da cultura chinesa e vice-versa. Nesses quatro anos de existência, grandes realizações foram feitas, como a formação de quase cinco mil alunos, desde 2016”.

O Instituto Confúcio tem como objetivo promover o idioma e cultura da China, por meio do intercâmbio entre os institutos associados, não só para a comunidade acadêmica da Universidade, mas para todos os interessados na cultura milenar chinesa, em todas as dimensões. O diretor chinês, Pang Hui, conta que “durante os últimos quatro anos, com reforço da Uepa, e de todos os seus funcionários, o Instituto Confúcio se tornou uma grande instituição da língua chinesa, com amplo reconhecimento no Pará”. Em 2017, Pang Hui recebeu o prêmio de excelência entre os melhores diretores dos Institutos Confúcio. Já em 2019, o Instituto recebeu o prêmio de excelência pelo trabalho desenvolvido entre os Institutos Confúcio mundiais, durante a Conferência Internacional de Educação de Língua Chinesa, realizada em Changsha, capital da província de Hunan.

Em razão do novo Coronavírus (Covid-19), as celebrações serão feitas em formato online, na perfil oficial da Uepa no Instagram e no YouTube: cinco vídeos serão divulgados, de 25 a 30 de outubro, em que serão compartilhados um pouco do aprendizado dos alunos sobre o Mandarim, a tradicional medicina chinesa, as artes marciais, os chás, entre outras curiosidades. Em 2020, o foco das celebrações são os alunos, de acordo com o diretor brasileiro Antonio Braga, por isso os vídeos são produções especiais dos estudantes.

Experiências de intercâmbio

Além das atividades locais, alguns alunos também puderam experienciar a cultura chinesa na própria China, por meio do intercâmbio na Universidade Normal de Shandong, na cidade de Jinan. Carlos Gatinho, estudante de Design, conta que estava interessado em aprender um idioma diferente, depois que terminou o curso de inglês. Aluno da segunda turma de Mandarim, Carlos teve a oportunidade de fazer um intercâmbio do outro lado do mundo. “Nos primeiros meses, foi difícil me adaptar, mas depois eu fui me acostumando”.

Para ele, aprender o idioma também significa aprender sobre a cultura local. “Aprendemos as figuras de linguagem, as expressões específicas daquela província. Como a gente ficou em Jinan, tinham muitas expressões específicas só daquela cidade, diferentes do resto da China, então é algo que você vai aprendendo pela língua”. Dentre as lições da outra cultura, Carlos declara: “meu maior aprendizado com os chineses foi a disciplina. Acordar cedo, ir pra universidade, estudar, voltar, estudar, dormir cedo… No início foi muito complicado, até porque brasileiro tem outro ritmo, mas esse é um aprendizado que eu vou levar para o resto da minha vida”.

Paloma Carvalho, formada em Design pela Uepa, também foi contemplada com a bolsa de estudos e teve a experiência de morar por um ano no outro país. “Os chineses são muito receptivos, eu aprendi com eles que só tem sucesso quem trabalha duro e eu percebia como os estudantes chineses eram muito empenhados, isso me dava força para estudar mais”.

Apaixonada pela cultura do país, Paloma sempre assistia filmes, séries e ouvia músicas chinesas: “Ir para a China foi como um sonho se tornando realidade, parece clichê, mas tudo o que eu aprendia em sala de aula eu ia vendo no decorrer do dia. A China é um país futurista e, ao mesmo tempo mantém suas tradições, é muito fácil vê um robô te atendendo dentro de um templo milenar, durante minha estadia, eu conheci muito lugares interessantes, escalei montanhas, visitei museus e templos budistas, comi diversos tipos de comida chinesa, que inclusive são muito saborosas”.

Paloma também destaca: “O Instituto Confúcio na Uepa abriu muitas portas na minha vida. Por ser um ensino gratuito e disponível para comunidade, se torna algo acessível e popular para todos, por isso eu vejo muito sucesso no Instituto Confúcio para o futuro”, finaliza a estudante.

Texto: Marília Jardim/Ascom Uepa
Fotos: Nailana Thiely/Ascom Uepa