Uepa forma mais de 800 discentes durante a pandemia

 

 

Apesar das incertezas trazidas pela pandemia, a Universidade do Estado do Pará (Uepa) possibilitou a entrega do diploma de conclusão de curso a 801 discentes, entre os formandos de turmas da graduação, pós-graduação e do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor).

No início da pandemia, apoiada por decretos estaduais e federais, a Uepa formou mais de uma centena de profissionais da área da saúde, nos municípios de Belém, Santarém e Marabá, com o objetivo de oferecer médicos e enfermeiros para trabalharem na linha de frente do combate à Covid-19. E, mais recentemente, os alunos que estavam em fase final de integralização puderam defender os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) de forma remota e não-presencial, para obtenção dos seus diplomas.

Entre os que defenderam trabalhos de forma online estão os 90 alunos das turmas dos cursos de especialização em Educação a Distância; em Ensino de Matemática para o ensino médio; e em Ensino de Sociologia para o ensino médio. Todos desenvolvidos em parceria com a Universidade Aberta do Brasil (UAB).

Para os alunos, o momento foi de aprendizado e adaptação, pois o uso de ambientes virtuai requer um nível de instrumentação necessário para efetivação das aulas e das atividades do calendário acadêmico da instituição. “Acredito que nesse tempo de pandemia o uso de recursos da Educação a Distância (Ead) pôde ser um caminho para dar prosseguimento ao calendário, assim como, deve continuar a ser usado após o fim da pandemia. Fiquei muito contente com o retorno das atividades e defesa da tese pela plataforma meet, mais uma das ferramentas que foram fundamentais para finalizar o curso, pois não foi muito fácil, porém gratificante”, ponderou a recém-formada na especialização em Ensino de Sociologia no ensino médio, Lucimar Barbosa.

Durante essa jornada na reta final do curso, os professores também tiveram que se adaptar para dar prosseguimento às atividades acadêmicas, por meio do uso das plataformas digitais e dos ambientes virtuais das tecnologias da informação e comunicação disponíveis na Universidade.

“As plataformas foram muito úteis nesses tempos de pandemia  da Covid-19, pois o trabalho do aluno compartilhado em tela permitiu que o professor orientasse como se tivesse presencialmente ao lado do aluno. Além disso, as plataformas permitiram com que pessoas em municípios distantes no interior do Estado participassem de uma mesma banca como se tivesse presencialmente todos numa mesma sala,  acontecendo a reuniões na maioria das vezes sem falhas técnicas de comunicação, mesmo nos municípios como Breves em que a internet chega via rádio.  Mesmo com as restrições que temos com a velocidade de conexões em alguns municípios, o ensino remoto se mostrou uma excelente possibilidade de levarmos a formação continuada a muitos professores, melhorando a qualidade do ensino no Pará”, disse o coordenador do Curso de Especialização em Educação a Distância, professor Fábio Alves.

Estratégias digitais, mobilização de todos

“A mudança do paradigma educacional quer dizer a mudança de uma forma de pensamento. Eu não posso informar que mudamos o paradigma, pois a Educação a Distância (EAD) é uma realidade há muitos anos no Brasil e em outros países e é uma modalidade com bastante êxito e com legislação específica que a norteia, enquanto, o ensino remoto, por sua vez, é uma metodologia desenvolvida para atender o contexto atual, ou seja, de pandemia. Já no caso da Uepa, o uso do ensino remoto pode ser uma possibilidade de darmos prosseguimento ao calendário acadêmico dos cursos regulares presenciais. Contudo, para que seja efetivado e tenha êxito é necessário que toda a comunidade acadêmica - gestores, professores, técnicos e alunos - sinta-se motivada ao desenvolvimento”, comentou a coordenadora geral da Universidade Aberta do Brail (UAB) e do Núcleo de Educação Continuada e a Distância (Necad) da Uepa, professora Suzanny Bium.

E nessa linha de pensamento, a Uepa montou estratégias com ações institucionais em defesa dos concluintes. Segundo a Diretoria de Controle Acadêmico (DCA), foram 367 formados, somando os da graduação regular e os do Parfor, dos cursos de Pedagogia, Educação Física, Matemática, História, Geografia e Letras Habilitação em Língua Portuguesa e Inglesa. Já pela UAB, foram registrados 344 que alcançaram a conclusão do curso e receberam seus diplomas em Belém e nos municípios de Santarém, Castanhal, Marabá, Barcarena, Alenquer, Marituba, Salvaterra, Breves, Tailândia, Redenção, Bujaru e São Sebastião da Boa Vista.

“No período da pandemia a Universidade não parou, nós continuamos nossas ações, a gestão superior da instituição ficou em alerta nesse momento, desenvolvendo estratégias e atuações pra que o nosso aluno pudesse ter um fio de esperança na continuação do calendário acadêmico, por isso tivemos a criação do comitê de biossegurança pra pensar na segurança da comunidade acadêmica nesse processo, além do lançamento do edital de auxílio conectividade que é mais um exemplo das ações institucionais da Uepa na tentativa de prosseguir com suas atividades acadêmicas sem ônus para os discentes, pelo contrário, tentando reduzir os danos da pandemia para a nossa Universidade, sendo assim, é uma grande conquista institucional podermos dizer que formamos, de forma responsável, diversas turmas de graduação e pós-graduação em ritmo de ensino híbrido por meio da experiência virtual e digital da educação”, afirmou a pró-reitora de graduação, Ana Conceição.

Texto: Daniel Leite Jr

Foto: Nailana Thiely