Neab promove o I Seminário de Acolhimento da Uepa

 
O professor Aiala Colares acredita que desenvolver uma conscientização de inclusão no ambiente universitário é essencial

 

O dia 13 de maio marca os 134 anos da proclamação da Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil. Entretanto, mesmo representando o fim da escravidão, a publicação não contemplou meios de reparação às agressões sofridas ou garantia de direitos básicos e abandonou a população negra à marginalização. Mais de um século depois, pensando na data como ponto de partida para discutir as lutas de resistência que foram essenciais para a conquista da liberdade dos negros escravizados, o Núcleo de Estudos Afro Brasileiros (Neab) da Universidade do Estado do Pará (Uepa) realiza nesta sexta-feira, 13, no Auditório Paulo Freire, do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE), o I Seminário de Acolhimento da Uepa com o tema: "Entrar, Enegrecer e Permanecer", com a presença de expositores das mais diferentes áreas de atuação, abordando discussões sobre as ações educativas de enfrentamento ao racismo.

 

O seminário, aberto para a comunidade acadêmica e aos movimentos sociais, inicia sua programação às 09h30 da manhã com o debate "Lutar e Resistir: Corpos Negros estão Movendo as Estruturas". Pela tarde, serão discutidas as pautas sobre "Aprovação da Lei de Cotas e as políticas de ações afirmativas", com a presença da professora Zélia Amador de Deus. O encontro se estende até as 17h, em uma programação cultural com atrações musicais de vários gêneros. 

 

De acordo com Aiala Colares, professor e Coordenador do Neab, o seminário faz parte das iniciativas de inclusão organizadas por diferentes setores institucionais da Uepa. "O I Seminário de Acolhimento do Neab é uma iniciativa também da Pró-Reitoria de Extensão que tem como uma de suas metas fazer da Uepa uma universidade mais inclusiva e em constante diálogo com os movimentos sociais", afirma Aiala.  

 

Além disso, o professor acredita que desenvolver uma conscientização de inclusão no ambiente universitário é essencial. "Sabemos que a população negra e de baixa renda foi a que mais sofreu com esta fase catastrófica da história da humanidade e, por isso, achamos importante que nesta data de 13 de maio devêssemos relacionar o significado de lutas de resistência do nosso povo frente o racismo estrutural. Torna-se mais do que necessário fazer um debate educativo de incentivo e compartilhamento de experiências de pessoas negras que não desistiram de seus sonhos mesmo diante das dificuldades e conseguiram vencer e tornar-se exemplos para outras pessoas", disse o coordenador. 

 

Incentivando discussões plurais, o Neab promove o seminário atendendo sua comunidade acadêmica. Para Arielly Jorge, estudante de Ciências Sociais e diretora de Combate às Opressões do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Uepa, os temas que serão abordados tornam a Uepa uma instituição que se compromete com a conscientização de seus alunos e profissionais. "Essas discussões são importantes porque em um país tão racista como o Brasil, nosso combate precisa ser diário, em todos os âmbitos sociais, em especial na universidade, por estar formando profissionais que não devem, em hipótese alguma, reproduzir o racismo nas instituições", afirma Arielly.  

 

A aluna de Ciências Sociais da Uepa, Laura Fernandes, acredita que o I Seminário de Acolhimento abrirá portas para que os alunos negros da Universidade se tornem ainda mais participativos. "Acho muito importante que a gente debata esses temas entre pessoas negras e as não negras, para que todos vejam que a Uepa é uma instituição livre e que todos possam ocupar e participar dos espaços da universidade. Desenvolver seminários assim é essencial para que a gente consiga fazer com que os alunos negros se conheçam, criem laços e participem dos projetos e pesquisas da Uepa", finaliza a aluna.

 

A programação, na íntegra, está disponível aqui.

 
Texto: Messias Azevedo (Ascom Uepa)
Fotos: Acervo pessoal