A universidade como espaço acadêmico e lugar de acolhimento

Enviado por Guaciara Freitas em Sex, 28/02/2025 - 10:25

Além das salas de aula, bibliotecas e laboratórios, a Universidade do Estado do Pará (Uepa) busca dispor de espaços de acolhimento e descanso, que favoreçam a permanência dos estudantes no ambiente universitário mesmo em momentos de intervalo. Além de contribuírem para ampliar essa vivência da formação acadêmica inicial, esses lugares também podem se configurar como espaços periformais de aprendizagem*. 

“Os espaços de convivência são fundamentais dentro da universidade, pois proporcionam não apenas momentos de descanso para os alunos, que muitas vezes acordam de madrugada para participar das atividades acadêmicas, mas também funcionam como locais de socialização, troca de experiências e construção de laços afetivos e sociais”, explica a psicóloga Anaclan Lopes da Silva, do Núcleo de Assistência ao Servidor, do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Uepa. Ela também ressalta que esses ambientes podem servir como uma válvula de escape das pressões do dia a dia, além de favorecer interações que eventualmente geram caminhos e soluções para desafios enfrentados. 

Nos campi da Uepa em Salvaterra e Ananindeua, mesas de pingue-pongue e pebolim oferecem momentos de lazer. Já nos campi de Igarapé-Açú e Cametá, áreas de convivência fazem parte do ambiente acadêmico, sendo que a área do campus XVIII, no Baixo Tocantins, também tem campo de futebol e quadra de areia para jogos de vôlei. Em Tucuruí, uma sala equipada com pufes, televisão e jogos recebe os alunos. Os campi da Educação Física e da Enfermagem, em Belém, também contam com espaços e salas de descanso para os alunos. Os estudantes do curso de Enfermagem, contam, inclusive, com momentos terapêuticos, com massagem e reiki. 

Anaclan também observa que a geração atual, formada majoritariamente por jovens nascidos nos anos 2000, demonstra uma preocupação crescente com a saúde mental, impulsionada pela maior divulgação de conteúdos sobre o tema, principalmente por meio das redes sociais. Segundo ela, a pandemia da Covid-19 trouxe à tona “uma espécie de epidemia de transtornos mentais devido ao isolamento social, às perdas causadas pela doença e à sensação de solidão que afetou o mundo inteiro”. Desde então, há uma atenção maior às questões de bem-estar psicológico. “Após esse período histórico, pode-se dizer que os jovens passaram a se preocupar mais com o assunto e tiveram acesso a conteúdos de qualidade sobre saúde mental”, reforça a psicóloga. 

A universidade desempenha um papel fundamental na promoção da saúde mental, oferecendo rodas de conversa, espaços de convivência e debates sobre o tema, além de serviços de acolhimento psicológico e Plantão Psicológico para atender às demandas estudantis. “Na Uepa, contamos há 15 anos com o SAPPE – Serviço de Apoio Psicológico e Pedagógico ao Estudante – presente no CCSE, CCBS e CCNT”, acrescenta Anaclan. 

Dessa forma, a universidade não é apenas um espaço de formação acadêmica, mas também uma extensão da vida social dos estudantes, proporcionando apoio emocional e momentos de lazer essenciais para o bem-estar. Por essa razão, a gestão superior afirma que há previsão de concretização de espaços de convivência em diversos outros campi da Uepa.


*a definição utilizada neste texto, pode ser acessada no trabalho disponível aqui


Texto: Marília Jardim, jornalista (Assessoria de Comunicação - Ascom/Uepa)
Foto: Divulgação (Uepa Campus XVIII)